Já contei aqui que eu me afastei da escrita por anos, acreditando que a tradução supria bem a minha necessidade criativa e autoral.
Confesso a vocês que foi um choque para mim quando surgiu a ideia para escrever meu primeiro livro. Foi uma coisa meio mágica. Tive o estalo, sentei diante do computador e comecei a escrever. Meio sem planejamento e de forma bem orgânica (Já disse para vocês que sou uma escritora jardineira).
Quando isso aconteceu, eu me lembrei de uma frase do livro O alquimista, do Paulo Coelho, que li quando eu tinha uns 13 ou 14 anos e nunca mais me esqueci:
E acho que o universo de fato conspirou. Mesmo que fosse um desejo adormecido.
Eu não estava buscando a escrita, mas a escrita me buscou e me encontrou quando organizei, junto com uma das minhas melhores amigas, o Fesc-RJ | Festival de Escrita do Rio de Janeiro, com mesas com vários autores brasileiros. (Sério, é um conteúdo riquíssimo para escritores e leitores, só assistam).
Foi por causa do Fesc que conheci a autora Leticia Wierzchowski, de quem sou grande fã, e que nos pediu para organizar o curso dela “Arquitetura do Romance”. Organizamos e eu fui a mediadora. As aulas dela, com uma abordagem inspiradora e direta, pareceram tirar os lençóis velhos e encardidos que cobriam a Nat escritora, que foi abandonada e esquecida quando comecei a faculdade de Letras. Foi o que bastou para eu começar escrever.
O caminho foi intenso, tortuoso, com reviravoltas e obstáculos que precisei de ajuda para transpor (mas isso é assunto para outra Newsletter). Mas, finalmente, depois de pouco mais de um ano e meio escrevi o “Fim”, mas, por trabalhar há anos no mercado editorial eu já sabia que esse seria o início de uma outra estrada tortuosa. E eu não tinha um mapa para ela. Mas sabia que o caminho mais rápido para conseguir chegar a uma casa editorial tradicional seria por intermédio de uma agente literária.
Bati em várias portas em busca de ajuda.
Infelizmente, aqui no Brasil, ainda existem poucas agências e a maioria delas está fechada para o recebimento de originais.
Apesar disso, encontrei algumas pessoas dispostas a trocar uma ideia sobre possíveis caminhos. Com essa troca de ideias, sem saber, eu estava colocando várias engrenagens em ação, e elas começaram a girar, independentemente de mim. Em paralelo, continuei buscando caminhos para chegar a uma editora tradicional e um desses caminhos foi me inscrever no Rio2C.
Minha experiência no Rio2C
Assim como centenas de escritores, aproveitei a oportunidade e inscrevi meu livro no Rio2C, que, pela primeira vez, abriu a oportunidade para escritores apresentarem seus projetos para editoras e produtoras de audiovisual.
E o meu livro foi um dos 19 selecionados para o evento e tive a oportunidade de viver uma das experiências mais incríveis da minha vida.
Não só apresentei meu livro lá, como também conheci pessoas incríveis, reencontrei editoras amigas e conheci pessoalmente editoras com quem eu só tinha contato por e-mail e por redes sociais.
O resultado dessa grande aventura foi:
Entrevista da Publishnews (versão escrita e podcast)
Três editoras pediram meu original para avaliação
Uma produtora pediu meu livro para avaliação
Assisti a palestras incríveis
Troquei ideias com autores maravilhosos
Ganhei uma amiga para vida (Marry ❤, só sigam essa pessoa maravilhosa e talento incrível)
Ainda não tive resposta de nenhuma dessas avaliações, o que causa certa ansiedade, não vou mentir, mas é bom saber que as coisas estão encaminhadas.
Não acaba por aí…
Desculpem o texto longo antes de chegar à grande novidade, mas meu objetivo foi mostrar que tudo que conquistamos é fruto de muito trabalho.
Não basta sonhar e o “universo conspirar”, se não fizermos a nossa parte e entrarmos em ação nada acontece.
E eu não queria passar aquela ideia que vemos tanto nas redes sociais com um videozinho do estalar de dedos do antes e depois, que passa a falsa ideia de que tudo é fácil, é rápido e fruto da sorte.
Finalmente a novidade
Lembram-se que falei das engrenagens que começaram a girar independentemente de mim?
Pois bem.
Depois de todo esse movimento de dar a cara a tapa, pedir ajuda, trocar ideias, mandar a sinopse do meu livro e tentar encontrar meu lugar ao sol como escritora, meu livro acabou chegando às mãos de uma agente literária, por intermédio de outra agente literária, que, apesar de não poder me agenciar, acreditou no projeto.
Então, sem mais delongas:
Tenho uma agente literária!!!
Embora esse seja um sonho realizado, assim como o “fim” que digitei ao acabar de escrever meu livro, esse é apenas mais um começo. O começo de uma longa jornada não só para encontrar uma casa editorial para o meu primeiro livro, mas também para me ajudar a estabelecer minha carreira como autora.
Só que agora vou ter a Mia Roman, da Roman Lit, ao meu lado. E isso faz toda a diferença. Afinal…
Nat indica
Para terminar, vou começar indicando um dos meus livros favoritos da vida, da querida Leticia Wierschowki, que, com seu curso, despertou a escritora adormecida dentro de mim.
O anjo e o resto de nós é o romance de estreia dela e é uma saga familiar com elementos de realismo fantástico. Eu li e me apaixonei pela escrita dela. Super recomendo. Infelizmente não está disponível em e-book.
Já indiquei aqui o Leitura de verão, da Emily Henry e tradução de Cecília Bartalotti. Agora vou indicar o segundo livro que li dela, o Loucos por livros, com tradução da Ana Rodrigues. Esse livro traz a história de uma agente literária (!!!) que briga com unhas e dentes pelos interesses dos seus autores (tudo a ver com a minha novidade - hehe) e acaba se apaixonando por um editor.
Eu não tinha dúvidas de que ia amar Loucos por livros, mas eu não só amei como o achei ainda melhor que Leitura de verão.
O que vem por aí…
Espero, em breve, poder dividir mais notícias maravilhosas para vocês.
Enquanto espero, pensei em trazer alguns conteúdos sobre o caminho do livro e sobre tradução. O que acham?
A não ser que eu mude de ideia😂😂😂
Para descobrir, de fato, o que vem por aí, só assinando a Newsletter.
Termino agradecendo muito por você estar me acompanhando 😀
Beijo grande e até a próxima! 😘
Nat, te acompanho desde quase o início da sua jornada com seu livro e admiro a sua determinação e me espelho em você. Além disso, você é uma super amiga, vira a mãezona do grupo com sua meiguice e sapiência, hehehe. E vamos que vamos nestas esquinas literárias.
Você realmente tem sido incansável na sua busca, e não tenho a menos dúvidas de que esse é apenas o primeiro fruto desse trabalho.